domingo, 27 de novembro de 2011

3ª VIA - CGADB, MEU PARECER


Minhas palavras abaixo são despidas de partido e tendência. Não tenho por intenção ofender a ninguém e nem depreciar a quem quer que seja. Considere ainda que não fui orientado por ninguém a escrever sobre o assunto proposto, e que meu objetivo é levar a todos que lerem esse texto a reflexão.
Como já se sabe, sou filiado a Convenção CADEESO (Convenção das Assembléias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros). Apesar de residir em Pernambuco.
Tal como eu, existem outros pastores que embora sejam nativos daqui, são convencionados a Assembléias de Deus de outros Estados.
Os motivos dessa filiação atipica, se da ao fato de que nosso Estado, diferente de outros, como, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e outros, só possuía uma convenção, a saber (CONADEPE).
Ocorria que quando ministros de outros Estados vinham residir em Recife, tinham dificuldades de serem recebidos como tal, por uma razão muito simples; Os pastores da CONADEPE são remunerados, e o orçamento da Convenção pernambucana não comportaria um número muito grande de ministros.
Outro problema seria o perfil dos obreiros de outros ministérios, que tinham uma formação diferente da que se tem em Recife, pois há muito que já não se tem hegemonia doutrinária nas Assembléias de Deus (sem falar, usos e costumes).
Um exemplo disso está aqui mesmo em Pernambuco, onde hoje, conta com duas convenções estaduais nativas, CONADEPE e COMADALPE (essa última, mais recente) A Convenção de Abreu e Lima, ordena e recebe ministros divorciados, se o motivo do divórcio foi adultério da esposa, uma vez analisado e comprovado o caso. Já a Convenção de Recife, como também a que faço parte, não consagra e nem recebe ministros divorciados e nem casado com divorciadas. Isso ocorre em convenções de vários lugares do Brasil.
Não tenho propósito de entrar no mérito de quem está certo ou errado, estou apenas dando exemplos do porquê de em nossos dias existirem tantas convenções, e terem chegado a Pernambuco, indo além das fronteiras do Estado de origem.
A CGADB – Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil foi criada com o intuito de unificar a doutrina assembleiana, manter o Elo entre as igrejas filiadas, para frear as heresias, para evitar abusos dos usos e costumes, entre outros motivos. Lembro que quando o pastor Uriel de Jesus abraçou as heresias, como doutrina do cai, cai e unção do palito, foi chamado a se retratar diante da Convenção Geral e depois foi excluído do rol de obreiros, após lançamento de seu livro, que segundo ele tinha poderes místicos.
Mas, aos poucos, a CGADB foi cedendo espaço para seus convencionais abolirem de vez usos e costumes (que sei, trata de assunto local e de meu ponto de vista, periférico) mas, pior que isso, é mudar até a doutrina esposada pelas Assembléias de Deus há quase um século.
Silas Malafaia ainda estava na CGADB, como Vice-Presidente, quando levou para o seu programa o Morris Cerullo, o qual foi apresentado por ele, como profeta e falou um monte de asneiras em rede nacional, com o propósito de pedir dinheiro, usando de um cabalismo sem nexo, para nubridiar a mente dos incautos, tendo o respaldo do convencional das Assembléias de Deus mais conhecido em todo o Brasil. Em outros tempos, o Malafaia responderia junto a CGADB por esse ato herético, o que não ocorreu, sabe-se lá o porquê. Hoje estamos vendo pela TV, e pela internet pastores de nossa denominação envolvidos em todo tipo de movimentos estranhos, e sem sequer serem chamados a atenção, dando a entender aos que são de fora, que somos todos adeptos desses movimentos. Estamos diante de uma grande salada mista. Nessa onda de cada um faz o que quer, já temos nas Assembléias de Deus, diaconisas e pastoras, sendo que não se vê nenhum sinal de nossa Diretoria a respeito do assunto. Certo ou errado, não é o caso, e é discutível, mas sim, onde está a CGADB nisso tudo?
Chama-me a atenção ainda, o imbróglio Dake. Numa jogada de marketing, com clara visão de lucro, a CPAD por meio de sua direção, resolveu, por si só, e sem autorização das Comissões e Conselhos instituídos pela CGADB, para analisar todo material publicado por aquela Casa Publicadora, lançar uma Bíblia de Estudo, recheadas de heresias e de um autor que é a referência dos pregadores da teologia da prosperidade, doutrina essa, tão refutada em lições dominicais e livros da própria instituição assembleiana. Um tiro no pé que causou constrangimento aos ministros e membros da igreja, e trouxe um desgaste terrível para o pastor José Wellington e o Diretor da CPAD. Sem contar, a injusta demissão da irmã Ana Libório, que tinha relação no caso da Bíblia Dake. Portanto, uma ferida que ainda está aberta. Lembrando que até o momento, não houve nenhuma nota de esclarecimento por parte do Mensageiro da Paz tratando do assunto, e por que não dizer, pedindo desculpas a nação assembleiana pelo triste episódio.
Observamos também, que no papel de agente conciliador, a CGADB deixou a desejar nos casos conhecidos de Recife e Abreu e Lima; Da Convenção Baiana com a AD de Salvador e também, o caso da Igreja Mãe. Presidida pelo pastor Samuel Câmara. Tudo isso, nos leva a reflexão sobre a 3ª Via CGADB, tão discutida hoje, em Sites e Blogs Cristãos. Que nada mais é, do que uma nova opção para os que querem de fato, mudanças na atual estrutura da Convenção Geral, fazendo valer de fato o nome que ostenta e o motivo pela qual foi criada. Não estou fazendo apologia à pretensa nova chapa, mas, não tenho dúvidas, que seu surgimento, se dá em meio a fatos semelhantes aos supra-escritos.
Seria injusto, no entanto, não mencionar que o pastor José Wellington, em sua longa gestão, muito contribuiu para o crescimento da CGADB e CPAD, trazendo notoriedade a nossa igreja em todo o Brasil.
Elogio aparte e como considerações finais, resultado de um olhar esmerado na sociologia, vejo que estamos caminhando para um grande cisma; divisões dentro de divisões, sem abdicarem do nome Assembléia de Deus. Escutei muito na última eleição realizada em Carapina, que se tal chapa ou ministro fosse eleito, tal ministério deixaria a CGADB, e criaria uma nova convenção Nacional. São especulações que se tornam evidentes a cada dia. Apesar de ver hoje o pastor Samuel e o Pastor Wellington, andando juntos (o que muito me alegra), percebo que precisamos de mais nomes. Que sejam reconhecidos de todos nós, como homens de Deus, que tenham um projeto que traga unidade a nossa doutrina; Que estabeleça os papéis das comissões e conselhos, sem desvios de funções; Que administre a CPAD, não apenas com fins lucrativos, mas, evangelístico, barateando os produtos e tornando-os mais acessíveis a todos nós; Que diminua o valor da anuidade dos ministros, bem como das inscrições das AGOs e AGEs.; Que não só de apoio as grandes convenções e ministérios, mas também as de menor porte; Que regionalize os congressos e eventos nacionais, dando oportunidade aos que não podem viajar de participarem. Essas são algumas das várias considerações que poderiam estar elencadas neste pequeno espaço as quais compartilho com os meus amigos seguidores. Deus nos abençoe e bem vinda 3ª Via - CGADB.
“Sou cativo de minha consciência” Martin Lutero

Pr. Robson Aguiar.